Sobre o phármakon na medicina e na filosofia do período clássico grego

Autores

  • Lucio Lauro Barrozo Massafferri Salles Universidade Federal do Rio de Janeiro (Integrante dos Laboratórios de Pesquisa, Ousia (Estudos em Filosofia Clássica), PROAERA (Programa de Estudos em Representações da Antiguidade) e do Laboratório de Filosofia Contemporânea da UFRJ. Professor D I da Secretaria de Estado de Educação (lotado no CEPAC). http://orcid.org/0000-0003-1559-4262

DOI:

https://doi.org/10.61378/enun.v3i2.51

Palavras-chave:

Filosofia, Medicina Grega Antiga, Phármakon, Linguagem.

Resumo

A noção de phármakon (remédio) não diz respeito somente a qualquer substância capaz de provocar a harmonia da saúde, a cura, ou mesmo a letalidade, dependendo da ocasião (kairós) de sua ação ou de sua dosagem. As palavras, faladas ou escritas, também são capazes de agir como uma droga potente sobre a psiquê, tal como propõe Górgias, no Elogio de Helena. Nesta obra, Górgias estabelece uma analogia entre a linguagem e os remédios, aproximando os campos de saber poético e médico, para analisar a potência da linguagem humana. Norteadas por passagens do Corpus Hipocrático, as reflexões desenvolvidas neste artigo resultam de um trabalho de mapeamento e de investigação das ocorrências do phármakon na medicina grega antiga, com o propósito de analisar proximidades entre essa antiga arte e a filosofia praticada na Grécia Clássica.

Biografia do Autor

Lucio Lauro Barrozo Massafferri Salles, Universidade Federal do Rio de Janeiro (Integrante dos Laboratórios de Pesquisa, Ousia (Estudos em Filosofia Clássica), PROAERA (Programa de Estudos em Representações da Antiguidade) e do Laboratório de Filosofia Contemporânea da UFRJ. Professor D I da Secretaria de Estado de Educação (lotado no CEPAC).

Doutor e Mestre em Filosofia (PPGF/UFRJ), Especialista em Psicanálise (USU), Graduado em Psicologia e Filosofia (UFRJ). Professor de Filosofia do CEPAC - RJ.

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Publicado

2019-06-23