A noção de inclinação e seus sinônimos na antiguidade: investimentos de um quase-conceito

Autores

  • Luciano Torcione Serra Doutorando em Filosofia pela UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.61378/enun.v3i2.58

Palavras-chave:

Inclinação, arrepsia, clinamen, graça, quase-conceito

Resumo

Os vários investimentos do termo, da noção e do conceito de inclinação perfazem um traçado significativo na história do pensamento antigo, com inflexões na modernidade. O termo, ou isto que não chegaria a se manifestar como um conceito, ganha múltiplos sentidos naquelas formulações: ora físicos, ora fisiológicos, além de psicológicos ou cosmológicos. Suas formas de apresentação são também desiguais, variando entre um conceito que, no entanto é sinônimo, em alguns autores, com seus aspectos ou codificação para tradução; passando por ação auxiliar para formulações que têm necessidade de sua generalidade, no entanto acrescentando-lhe notas e complexidade como noção emprestável; e configura-se, por estas atribuições e subtrações, como um quase-conceito. Este breve apanhado restringe-se a delinear sentidos e como os pensadores os empregam.

Referências

BERNARD, Paul. Department of sociology, Université de Montréal. Social cohesion: a dialectical critique of a quasi-concept. Disponível em: www.omiss.ca/english/reference/pdf/pbernard.pdf Acesso em março-2019.

DIOGENES LAERTIUS. Lives of Eminent Philosophers. R.D. Hicks. Cambridge: Harvard University Press. 1972 (First published 1925).

EPICTETO. O Encheirídion de Epicteto. Edição bilíngue. Introdução, tradução e notas, Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão-SE: primeira edição, 2012.

EPICTETUS. The Discourses of Epictetus, with the Encheridion and Fragments.. George Long. translator. London: George Bell and Sons., 1890

GALEN. On the Natural Faculties. A.J. Brock. Cambridge, Mass.: Harvard University Press. 1916.

HERÓDOTO, História, II, 63. Tradução de J. Brito Broca. Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre: W. M. Jackson editores, 1950.

JOLY, Robert. L'eau sur la table. Lorsque Lucien éclaire Hippocrate. In: L'antiquité classique, Tome 60, 1991. pp. 208-213; doi : https://doi.org/10.3406/antiq.1991.2317 https://www.persee.fr/doc/antiq_0770-2817_1991_num_60_1_2317

KANT, Immanuel. Universal natural history and theory of the heavens or essay on the constitution and the mechanical origin of the whole universe according to Newtonian principles. 1755. Disponível em: Acesso em abril-2019.

MUGLER, Charles. AIcméon et les cycles physiologiques de Platon. In: Revue des Études Grecques, tome 71, fascicule 334-338, Janvier-décembre 1958. pp. 42-50. doi: 10.3406/reg.1958.3533. Disponível em: <http://www.persee.fr/web/revues/home/

prescript/article/reg_0035-2039_1958_num_71_334_3533>. Acessado em fevereiro-2015.

______ . Dictionnaire historique de la terminologie géométrie des grecs. Paris: Klincksieck, 1958.

PERINI-SANTOS, Ernesto. Conteúdo não conceitual, holismo e normatividade. Kriterion, Belo Horizonte , v. 45, n. 110, p. 238-263, Dec. 2004 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-512X2004000200004&lng=en&nrm=iso>. access on 27 Mar. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-512X2004000200004.

PINHEIRO, Marcus Reis. O Fedro e a escrita. In ANAIS DE FILOSOFIA CLÁSSICA, vol. 2 no. 4, 2008. ISSN 1982-5323.

PIRATELI, Marcos Roberto; PEREIRA MELO, José Joaquim. Definições de livre arbítrio e graça em Agostinho de Hipona: subsídios para a moral na antiguidade Cristã. In: Anais Da X Jornada De Estudos Antigos E Medievais, 2011.

doi: 10.4025/10jeam.ppeuem.03048

PLATÃO. Fedão. Versão eletrônica do diálogo platõnico "Fedão". Tradução: Carlos Alberto Nunes. Créditos da digitalização: Membros do grupo de discussão Acrópolis (Filosofia) Homepage do grupo: <http://br.egroups.com/group/acropolis/> Acesso em agosto-2015.

______ . Fedro – Cartas – O primeiro Alcibíades. Tradução de Carlos Alberto Nunes. (Diálogos. vol. V. Coleção Amazônica / Série Farias Brito). Belém: Universidade Federal do Pará, 1975.

______ . República. Tradução e notas de Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1972.

RAMBAUX, Claude. Lucrèce, DRN II, 216-291 : le clinamen n'est-il qu'un artifice ?. In: Vita Latina, N°130-131, 1993. pp. 28-34; doi : https://doi.org/10.3406/vita.1993.896 https://www.persee.fr/doc/vita_0042-7306_1993_num_130_1_896

SEXTO EMPÍRICO. Contra os Retóricos. Tradução, apresentação e comentários Rafael Huguenin e Rodrigo Pinto de Brito. Edição bilíngue. São Paulo: Editora Unesp, 2013.

VERNANT, Jean-Pierre. Mith and society in ancient Greece. New York: Zone books, 1990.

Downloads

Publicado

2019-06-23