A Paródia Sublunar: Paul Veyne, seus pensamentos, suas pessoas

Autores

  • Gustavo Ruiz da Silva Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e Universidade de São Paulo (USP)

DOI:

https://doi.org/10.61378/enun.v7i2.124

Palavras-chave:

Pierre Klossowski, Paul Veyne, Michel Foucault, Paródia, Elegia

Resumo

Este “ensaio” visa pensar com Klossowski e Foucault as noções de “paródia” e “ficção” a partir do gesto elegíaco apresentado por Veyne. A partir disto, pensar-se-á como se é possível “relacionar” e referenciar “autores” (noções essas ressignificadas ao decorrer do texto), abrindo novas possibilidades para como se fazer a historiografia filosófica. Desta forma, posta a morte de Deus e a morte do autor, como, rompendo com as relações de identidade, levar-se-ia o fim da relação A=A entre as pessoas textualmente construídas e as pessoas históricas extra-textuais? Esta é a indagação que operou como fio condutor para o mapeamento das noções supracitadas, a fim de aprofundar a zona cinzenta construída pela ficção elegíaca aqui empregada

Referências

ALBIERI, S. Do Sublunar ao Celeste: o Percurso da Ciência da História em Paul Veyne. Ciência e Filosofia, São Paulo, v. 3, p. 209-224, 1986.

AGANBEM, G. Profanações. Trad. Selvino J. Assmann. São Paulo: Boitempo Editorial, 2007.

CARDOSO JR., Hélio Rebello. Enredos de Clio: Pensar e escrever a história com Paul Veyne. São Paulo: Editora Unesp, 2003.

CLIFFORD, J. “Sobre o surrealismo etnográfico”. In: A experiência etnográfica: antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2008.

DA SILVA, G. R. Poder, Obediência e Imagem de Si. Duas tipologias antropológicas. Orientação de Yolanda Gloria Gamboa Muñoz. Iniciação Científica apresentada ao Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2019.

_____. Resenha: MUÑOZ, Y. G. G. Isócrates e Nietzsche: uma relação perigosa?. São Paulo: Paulus Editora, 2019, 211p. Estudos Nietzsche, Espírito Santo, v. 10, n. 2, p. 154-158, jul./dez., 2019a.

_____. Paul Veyne leitor de Michel Foucault: uma “crítica” por meio de Marcel Mauss. Orientação de Guilherme Simões Gomes Jr. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Antropologia da Faculdade de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2020.

_____. Foucault e Borges: da Literatura ao Método Arqueológico. Communitas, v. 9, n. 5, p. 379-392, 2021a.

_____. Ampliando o “cuidado de si” em Foucault: Paul Veyne e sua nova forma de se fazer “Crítica” a partir de Marcel Mauss. Boletim Historiar, v. 8, n. 1, p. 03-21, 2021b.

_____. CALL ME BY YOUR NAME E O PRESENTE DESLOCADO: ANOS 80 OU VISÃO DA ANTIGUIDADE?. Contemplação (No Prelo), 2021c.

_____. Paul Veyne e a Revolução da História: possibilidades em meio ao debate filosófico. Opinião Filosófica (No Prelo), 2021d.

_____. PURVES, I. A.; O som e a embriaguez na tragédia segundo Nietzsche. Humanidades em Diálogo, v. 10, n. 1, p. 86-99, 2021.

DELEUZE, G. Mil Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia, v. 1. Trad. Aurélio Guerra Neto e Celia Pinto Costa. São Paulo: Editora 34, 1995.

_____. Foucault. Trad. C. S. Martins. Rev. R. J. Ribeiro. São Paulo: Brasiliense, 2005.

_____. Cinema 2: a imagem-tempo. Trad Eloisa de Araújo Ribeiro. São Paulo: Brasiliense, 2005b.

_____. A Dobra: Leibniz e o Barroco. Trad. L. B. L. Orlandi. São Paulo: Papirus Editoria, 2012.

_____. ; GUATTARI, F. Qu’est-ce que la philosophie ? Paris : Minuit, 1991.

FORD, Russell. Klossowski’s Polytheism: An Introduction to Klossowski’s “Nietzsche, Polythesm, and Parody”. Bulletin de la Société Américaine de Philosophie de Langue Français, v. 4, n. 2, pp. 75-81. Disponível em : https://www.researchgate.net/publication/50246203_Klossowski's_Polytheism_An_Introduction_to_Klossowski's_Nietzsche_Polytheism_and_Parody.

FOUCAULT, M. Raymond Roussel. Paris: Gallimard, 1963.

_________. “Deux essais sur le sujet et le pouvoir: I. Pourquoi étudier le pouvoir: la question du sujet; II. Le pouvoir, comment s’exerce-t-il?”. In: H. DREYFUS& P. RABINOW. Michel Foucault. Un parcours philosophique. Paris, Gallimard, 1984.

_____. “Nietzsche, Genealogia e a História”. In. _____. Microfísica do Poder. (Org.) Roberto Machado, 4ª Ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1984a.

_________. “Ariane s’est pendue”. In: _________. Dits et Écrits I. Paris : Gallimard, pp. 767-771, 1994a.

_____.“Theatrum philosophicum”. In: _____. Dits et Écrits II. Paris: Gallimard, pp. 75-99, 1994d.

_____. Raymond Roussel. Trad. M. B. Motta e V. L. A. Ribeiro. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1999.

_____.Ordem do Discurso. Aula inaugural no Collège de France em 1971. Ciberfil, Trad. de Edmundo Cordeiro, versão de Marcelo C. Barbão, 2002. Disponível em: http://www2.eca.usp.br/Ciencias.Linguagem/Foucault_Ordem DoDiscurso.pdf.

_____.Ditos e escritos IV. Ética, estratégia, poder-saber. M. B. Motta (Org.). Trad. V. L. A. Ribeiro. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003a.

____. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. 9ª ed. Trad. Salma Tannus Muchail. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

_____. “A Prosa de Acteão”. Ditos e Escritos - Estética: literatura e pintura, música e cinema. Org. Manoel B. Motta, trad. Inês A. D. Barbosa. Rio de Janeiro: Ed. Forense Universitária, 2009a.

_____. “La littérature et la folie. La folie dans le théâtre et le théâtre d’Artaud”. In _____. Folie, Langage, littérature. (Org.). Judith Revel, Daniele Lorenzini, Henri-Paul Fruchaud. Paris : Vrin, 2019.

GOMES JR. G. S. Borges, disfarce de autor. São Paulo: Educ, 1991.

_____. A hermenêutica cultural de Clifford Geertz. MargeM, v. 1, n. 1, pp. 37-46, 1992.

KATSAFANAS, P. Nietzsche's Theory of Mind. Consciousness and Conceptualization. European Journal of Philosophy, n. 13, p. 1-31, 2005.

KLOSSOWSKI, P. Tan funesto deseo. Trad. Mauro Armiño. Madrid: Taurus Ediciones, 1980.

_____. La vocation suspendue. Paris : Gallimard, coll. « L’imaginaire », 1990.

_____. Nietzsche y el círculo vicioso. Trad. Roxada Páez; Buenos Aires: Editorial Altamira, 1995.

NIETZSCHE, F. Samtliche Werke: Kritische Studienausgabe in 15 Banden. Berlin: De Gruyter, 1999.

_____. Obras completas, Fragmentos póstumos, Correspondência. Madri: Trotta, 2015-2017.

MUÑOZ, Y. G. G. Escolher a montanha: Os curiosos percursos de Paul Veyne. São Paulo: Editora Humanitas, 2005.

_______. Obedecer! Escutando ecos nos escritos de Michel Foucault e Paul Veyne. Revista Sofia, Versão Eletrônica. Vol. 4, n. 2, 2015.

_____. “Nietzsche, Foucault e Veyne: pensadores relacionais”. In: Isócrates e Nietzsche: uma relação perigosa?. São Paulo: Ed. Paulus, 2019.

PEREIRA, M. A. A heteronomia: metamorfose retórico-poéticas. Ethos e Pathos nas Ficções do Interlúdio. Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Literatura Portuguesa, do Departamento de Letras Clássicas da Faculdade de Filosofia, LETRAS E Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, 2014.

PINTO, J. Algumas lições sobre o corpo. Atas do II Encontro do Grupo de Estudos Linguísticos do Centro-Oeste, Brasília: UnB, vol. II, 2003.

PRADO, T. Foucault e os laços da linguagem com a morte: o desvio morfológico em Roussel. ArteFilosofia, Ouro Preto, n. 17, p. 110-121, 2014.

RICCARDI, M. O Nietzsche tardio e a tese da falsificação. Cadernos Nietzsche, v. 1, n. 34, pp.131-150, 2014.

SABOT, P. Sobre algumas ”figuras literárias” de Nietzsche em Foucault. Ipseitas, São Carlos, vol. 6, n. 1, pp. 264-278, jan-jun, 2020.

SCANDOLARA, A. A experiência do ser intenso na poesia moderna e a busca pela vida autêntica. Revista Desenredo, v. 16, n. 1, 2020.

SLOTERDIJK, P. Temperamentos filosóficos. De Platón a Foucault. Trad. Jorge Seca. Madrid: El Ojo del Tiempo. Ediciones Siruela, 2010.

SOUZA, Washington Luis. MICHEL FOUCAULT E O USO FILOSÓfICO DA HISTÓRIA. Revista Páginas de Filosofia, v. 3, n. 1-2, p. 49-66, jan/dez. 2011.

STEVENS, W. “Adagia”. In SCULLY, James (org.) Modern poetics. New York: McGraw Hill, 1965

THERIAULT, P. Le simulacre au seuil de l’autobiographie : La vocation suspendue de Pierre Klossowski. Études françaises, 42(1), 2006, pp. 171–192. https://doi.org/10.7202/012929ar

VEYNE, P. Foucault Révolutionne l'Histoire. Paris: Seuil,1978.

_____. L'élégie érotique romaine : l'amour, la poésie et l'Occident. Paris: Points, 1983.

_______. A elegia erótica romana. O amor, a poesia e o Ocidente. Trad. de Milton Meira do Nascimento e Maria das Graças de Souza Nascimento. São Paulo, Brasiliense, 1985.

_____. Como se escreve a história. Foucault revoluciona a história. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1998.

_____. Sêneca e o Estoicismo. Trad. André Telles. São Paulo: Ed. Três Estrelas, 2015.

VIVEIROS DE CASTRO, E. A Inconstância da Alma Selvagem. São Paulo: Cosac & Naify, 2002.

Downloads

Publicado

2023-09-29