Achille Mbembe e a concepção do estado neoliberal: busca de uma filosofia política universal

Autores

  • Romero Venâncio Junior da Silva Professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Sergipe (UFS)
  • Daniel Christian dos Santos Mestrando do Programa de Pós-graduação em Filosofia da Universidade Federal de Sergipe

DOI:

https://doi.org/10.61378/enun.v5i2.107

Palavras-chave:

raça, racismo, neoliberal, provincialismo, eurocêntrico.

Resumo

Este artigo procura minimamente abordar a discussão feita em filosofia política na modernidade. Para tanto, buscamos entender o cânone da filosofia política contemporânea e contextualizar com a obra de filósofos que foram críticos dessa concepção da tradição ocidental. Entendemos salutar discutir uma filosofia política que parta da tradição ocidental e que, ao mesmo tempo, se construa com uma ideia de universalidade de fato, que deixe de comparar Europa e europeu consigo mesmo, que quebre a ideia provinciana do pensar filosófico euro-americano e que por fim contemple algumas epistemologias do Sul do mundo que foram silenciadas. A escolha de um filósofo africano que discuta os limites da organização social do ocidente e que pretenda ir além do pensamento provinciano branco europeu, atende bem esse propósito. Faremos uma comparação com filósofos que, apesar de não serem tão estudados nos departamentos de filosofia Brasil afora, foram importantes paradigmas para uma filosofia que pretende descolonizar o pensamento, por consequência colocar a Europa no lugar que cabe a ela: o de uma província do mundo.

 

 

 

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Publicado

2021-08-10